Na última quinta-feira (16), a seleção alemã de futebol anunciou sua convocação para a Eurocopa, que será disputada na própria Alemanha. Ao longo da última semana, a DFB fez uma ação diferente e divulgou um nome por dia, no melhor estilo Big Brother, em lugares diferentes, como no jornal, via influencers e até em aeroportos.
Após a confirmação da lista oficial, a ausência do zagueiro Mats Hummels, do Borussia Dortmund, chamou a atenção de -e revoltou- muitos torcedores. A indignação é totalmente compreensível, a campanha do jogador de 35 anos na Champions League o coloca como o líder de desarmes na competição.
Ao lado de outro alemão, Antonio Rudger, Hummels é citado como o melhor defensor da competição. Porém, ainda assim, ficou de fora; a justificativa de Julian Nagelsmann, treinador da seleção da Alemanha, é de que precisou pensar nas melhores opções para a reserva e também priorizou nomes que podem seguir com a seleção após a competição (visando a preparação para a Copa do Mundo).
Porém, mesmo que o tempo de Hummels na seleção tenha chegado ao fim, sem dúvidas, ele é um dos protagonistas dessa campanha do finalista Borussia Dortmund. Jogando no mais alto nível e sendo o autor do gol que sacramentou a vaga para Wembley.
Esse é um relacionamento antigo, que já viveu altos e baixos e que agora, tem a oportunidade de escrever o maior capítulo de sua história.
Mats Julian Hummels viveu toda sua carreira até aqui entre idas e vindas do Bayern de Munique para o Borussia Dortmund. Nascido em Bergisch Gladbach, o defensor iniciou sua carreira na base do time da Baviera em 1995, onde ficou até 2006. Em 2007, subiu para o time B do Bayern e logo chegou à equipe principal.
Em 2008, se transferiu para o Borussia por empréstimo. Em 2009, ao fim do contrato de concessão, o BVB oficializou a compra do zagueiro pelo valor de 4,20 milhões de euros. Com o clube, conquistou dois títulos da Bundesliga, o primeiro na temporada de 2010/11 e o outro em 2011/12.
No primeiro triunfo, o Borussia Dortmund terminou a temporada com a melhor defesa do campeonato. Ele também foi um dos protagonistas da campanha do BVB na Champions League na temporada de 2012/13, na qual o clube eliminou Shakhtar Donetsk, Málaga e Real Madrid, antes de cair para o Bayern de Munique na final.
Hummels permaneceu no Borussia até 2017, depois do término de seu contrato, ele assinou com o Bayern de Munique. Essa transferência não foi bem vista pelos torcedores do Dortmund e assim como todo jogador que se transfere para um rival, Hummels foi taxado de Judas.
Previamente, ele havia assinado com o Bayern por cinco temporadas, porém ficou no clube por duas. Em 2019, retornou para o Dortmund. O contrato de Hummels acaba ao fim dessa temporada e o clube ainda não sinalizou se irá renovar, mesmo com o protagonismo do defensor, que se tornou peça chave no time.
No sábado (18), aconteceu a última rodada da Bundesliga, na qual o Borussia Dortmund enfrentou o Darmstadt, vencendo por 4x0. A partida foi marcada pela festa da torcida em despedida a Marco Reus, porém outra cena chamou a atenção.
Após toda a comemoração, os jogadores foram para o vestiário, com exceção de Hummels que permaneceu no gramado, sozinho, com uma expressão séria em seu rosto. Talvez pela não convocação, pela incerteza do futuro, ou pela campanha frustrante no campeonato, talvez por tudo.
Fato é que, apesar de heroi da semifinal contra o PSG e de sua importância no time de Terzic, o futuro de Hummels é totalmente incerto. Apesar da troca para o rival, no qual ele não foi o único a fazer essa escolha, é importante ressaltar que, quando com a camisa aurinegra, ele sempre respeitou a camisa que vestia.
Para além da sua importância para o clube, Hummels é mais um dos inúmeros talentos revelados pela Alemanha e um dos responsáveis pela conquista do tetracampeonato mundial da seleção, conquistado em 2014, aqui no Brasil.
E assim como muitos dessa geração, o tempo nos gramados parece muito próximo do fim. Apesar que, na opinião dessa jornalista, Mats Hummels ainda poderia render, principalmente nesse time do BVB.
Com a diretoria do clube indisposta a gastar o necessário para uma reformulação no clube e com a saída do maior ídolo da história, é necessário que alguém assuma a responsabilidade de liderar, de verdade, essa equipe.
Papel que até poderia ser desempenhado por outros jogadores, mas nenhum que supere, em experiência em conquistas, o ótimo Mats Hummels. O desenrolar dessa história deve acontecer no meio do ano, com a janela de transferências aberta.
Porém, caso perca também Hummels, o BVB perderá uma peça importante e muito difícil de ser substituída, ainda mais com um orçamento tão baixo. A dupla com o novato Nico Schlotterbeck vem sendo um dos pontos altos do time, seria interessante mantê-la, afinal é como diz o velho ditado: em time que está ganhando, não se mexe.
Os dois são os defensores com mais números de desarmes na UCL, além de, até as quartas de final, serem a defesa menos vazada da competição, se livrar de Hummels agora, pare tudo, menos uma boa estratégia.
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