Há muito não se via uma final de Copa São Paulo sem um time paulista representando a aniversariante do dia. Nove anos, para ser mais exata. Os últimos a realizarem tal feito foram Flamengo e Bahia, onde os cariocas levaram a melhor.
Mas, não foi a falta de um clube paulista que esvaziou o Pacaembu, um mar azul lotou boa parte do estádio, e um pouco mais discreto, mas não calado, o mar colorado fez festa. A título de curiosidade, hoje se iniciou uma nova era para o meu, o seu, o nosso Pacaembu, a administração do estádio deixa de ser responsabilidade do Estado e se torna da iniciativa privada.
Bom, vamos ao jogo.
O Internacional criou mais chances no decorrer da partida, explorando às decidas, principalmente do lado esquerdo do campo, a equipe colorada ofereceu bastante perigo para a defesa gremista. O Grêmio também criou boas chances, aproveitou os contra-ataques, mas ninguém conseguiu alterar o marcador na primeira etapa.
Logo no início do segundo tempo, o Grêmio abriu o placar, após a bola desviar em Tiago Barbosa. Ao comemorar o gol, Fabrício (que recebeu a bola e chutou em direção ao gol) subiu no alambrado e tomou seu segundo amarelo. Com um a menos, foi difícil segurar o rival, que paquerava o gol a muito tempo, apenas cinco minutos depois, Guilherme Pato deixou tudo igual.
A partir daí, o ritmo do jogo seguiu frenético, vários contra-ataques foram construídos por ambas as equipes, mas os erros de finalização voltaram a atrapalhar o desempenho das equipes. Nem mesmo os cinco minutos de acréscimo foram o suficiente para desempatar a partida. Com o empate no tempo regulamentar, o jogo seria decidido nos pênaltis.
Era nítido que o nervosismo tomou conta dos jovens jogadores. Eu não estava em campo, mas afirmo que um filme se passou na cabeça de cada atleta que estava presente ali. Das quatro cobranças realizadas por ambos os times, o Internacional converteu 3 e o Grêmio, apenas uma. Com a conquista de hoje, o Colorado empata com o Fluminense e sagra-se o segundo maior campeão da competição, com cinco títulos.
De um lado, os gritos de felicidade. Do outro, as lágrimas de tristeza. Um GreNal é sempre intenso, os gaúchos dominaram a festa que em tese, é paulista. Os Gaúchos cantaram e apoiaram suas equipes do início ao fim.
Sobretudo, a Copinha nos mostrou que o futebol raiz segue vivo. Acessível, sofrido, apoiado. Torcedor escalando alambrado para comemorar junto ao seu jogador. O futebol da família, o futebol livre. Livre das brigas, das ofensas, vivido e sentido por amor, com paixão. Na Copinha, surgem os craques e nasce o futebol.
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