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Foto do escritorNatalia Alves

Marcus Rashford - Uma estrela dentro e fora de campo



O que Marcus Rashford, atacante do Manchester United, faz dentro de campo todos nós sabemos, gols, assistências e jogadas decisivas para os red devils e para a seleção da Inglesa. Algo que muitos podem não saber é de sua luta fora das quatro linhas, o jogador lidera a luta contra a fome infantil na Inglaterra.


Oli Scarff / AFP - Getty Images



Rashford nasceu em Wythenshawe, no sul de Manchester, no dia 31 de outubro de 1997. Ele e seus quatro irmãos foram criados pela mãe, que trabalhava em dois empregos para sustentar os filhos, porém mesmo com mãe tendo dois empregos a família enfrentava dificuldades.

Marcus contou com a ajuda de amigos, e quando não conseguia ter comida o bastante ia até a casa de seus amigos para se alimentar. Aos 11 anos começou a jogar pelo Manchester United, e passou a ter uma alimentação balanceada.


A luta contra a fome infantil


Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, as escolas foram fechadas devido a medidas de proteção, o governo inglês distribuiu um vale-refeição para as famílias das crianças. Mas o governo anunciou que o programa não seria prolongado durante as férias escolares.

Rashford então, escreveu uma carta ao parlamento britânico, nesta carta o jogador contou sua história e as dificuldades que passou durante a infância, pediu que o governo reconsiderasse manter o vale-refeição durante as férias também.


“Encorajo vocês a ouvir apelos e encontrar sua humanidade. Reconsiderem a decisão de cancelar o plano de vale-refeição durante o período de férias de verão e garantir sua extensão. Esta é a Inglaterra em 2020 e é uma questão que precisa de assistência urgente. Por favor, enquanto os olhos da nação estiverem em vocês, mudem a marcha e façam da proteção da vida de alguns de nossos mais vulneráveis uma prioridade”.


“Quando você for à geladeira pegar o leite, pare e reconheça que os pais de pelo menos 200.000 crianças em todo o país nesta manhã estão olhando para prateleiras vazias. 9 em cada 30 crianças de uma determinada sala de aula estão perguntando hoje 'por quê?'. Por que nosso futuro não importa?”.

Apesar da pressão do jogador o governo negou o pedido. E após celebridades e a população se juntarem a campanha e passarem a pressionar o governo, finalmente o pedido foi cedido. Boris Johnson foi quem anunciou a decisão. Cerca de 1,3 milhão de crianças britânicas foram ajudadas.

"Eu nem sei o que dizer. Basta ver o que podemos fazer quando nos reunimos, ISTO é a Inglaterra em 2020”, escreveu Rashford em seu twitter após o anúncio.


Mural em Manchester em homenagem à Rashford pela sua luta contra a fome infantil. Foto: Paul Ellis / AFP via Getty Images

Rashford é embaixador da FareShare, uma rede nacional de redistribuidores de alimentos do Reino Unido. Faz divulgações da instituição em suas redes sociais para ajudar na arrecadação de dinheiro.

Em julho, após fazer com que o governo britânico mudasse de decisão a respeito do corte do vale-refeição durante as férias, Rashford recebeu um doutorado honorário da Universidade de Manchester, a distinção é a maior honra que a universidade pode conceder, e se tornou a pessoa mais jovem a recebê-la.

Em outubro, Marcus foi condecorado pela Rainha Elizabeth II com a medalha da Ordem do Império Britânico, o jogador agradeceu a homenagem através das redes sociais.

“Como um jovem negro de Wythenshawe, nunca esperei me tornar um membro da Ordem do Império Britânico (MBE), especialmente aos 22 anos. Este é um momento especial para mim e minha família, especialmente minha mãe. A luta para proteger nossas crianças mais vulneráveis está longe de acabar.”

Rashford é um grande exemplo de como pessoas públicas podem ajudar em causas como essa, o jogador, mesmo com pouca idade se mostrou consciente e disposto a ajudar em causas sociais, onde as pessoas mais atingidas muitas vezes acabam não tendo suas vozes ouvidas ou simplesmente são ignoradas pelos que estão no poder.

Não é só futebol. O futebol transcende as quatros linhas do campo, e é capaz de transcender muitas outras barreiras. Os jogadores e pessoas influentes desse meio são peças importantes para isso. O poder que eles tem vai além de decidir um jogo, um campeonato, a alegria ou tristeza de uma torcida ou uma nação. Esse poder é capaz de nos atingir, e como disse Rashford na carta enviada ao parlamento inglês, “é sobre humanidade”.










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