Romain Grosjean estreiou na Fórmula 1 em 2009, sendo o substituto de Nelsinho Piquet, na Renault. O francês chegou como uma grande promessa; multicampeão nas categorias de base, não conseguiu repetir o sucesso na maior categoria do automobilismo mundial.
Infelizmente, Grosjean não pôde se despedir de forma oficial da F1. Em novembro de 2020, o piloto, que até então corria pela Haas, protagonizou um dos piores acidentes da história moderna da Fórmula 1; após contato com Daniil Kvyat, o carro do francês colidiu com o guard-rail, provocando um incêndio. O piloto ficou cerca de um minuto em meio as chamas e sofreu ferimentos nas mãos e pés.
A saída de Grosjean da Haas já havia sido anunciada em meados de outubro. Sendo dispensado pela equipe e sem espaço no grid, Romain começou a pensar em novos desafios e acabou fechando contrato com a Dale Coyne, para correr na Indycar. A princípio, o francês iria correr apenas os circuitos de rua, enquanto Pietro Fittipaldi os ovais. Os primeiros testes de Grosjean aconteceram em fevereiro, enquanto o piloto ainda se recuperava das dores dos ferimentos causados no acidente. A partir de março, a preparação ficou mais intensa, enquanto Romain aparentava estar cada vez mais em casa, além do encatamento com a categoria e igualdade do grid.
A estreia aconteceu em abril, no Grande Prêmio do Alabama. Por ser estreiante, o desempenho do francês foi impressionante. Muito próximo do fast six na classificação, garantindo a sétima colocação para a largada. Tramitou entre o top-5 e chegou a liderar a prova por alguns metros. Acabou sendo atrapalhado por pit-stops lentos da equipe e terminou apenas no décimo lugar. As limitações físicas e o processo de adaptação passaram despercebidos na corrida, já que o piloto manteve um bom ritmo e cometeu pouco erros. O triunfo na Indy não pode ser considerado uma utopia, o ritmo de Grosjean é bom e o carro, apesar de não ser dos melhores, tem seus pontos positivos, o fator decisivo será a própria equipe, que precisa melhorar suas operações caso queiram brigar por uma vitória.
Outra questão que vale a ressalva é: como ficará a questão dos ovais caso Grosjean comece a frequentar os pódios? Para brigar pelo campeonato seria preciso que Romain assumisse o carro de forma integral, mas em um primeiro momento o piloto não quer arriscar, devido aos riscos dos circuitos. Sem os ovais, as chances de Grosjean conseguir um bom resultado final são nulas. Ainda não foi descartada a hipótese do francês correr nos ovais no futuro. Aliás, na etapa de Gateway, Grosjean estará presente, substituindo o brasileiro que optou correr as 24h de Le Mans.
No GP de Indianápolis 1, terceira etapa do campeonato, Grosjean finalmente subiu no pódio. Fato que não acontecia desde o GP da Bélgica de F1, em 2015; líder da prova por 44 voltas, acabou sendo atrapalhado por retardatários e superado por Rinus Veckay, terminando em segundo lugar. O pódio acabou sendo bastante celebrado e o piloto agradeceu o apoio recebido dos fãs estadounidenses.
Durante o Grande Prêmio de Detroit, o carro de Grosjean pegou fogo e o mesmo acabou tentando apagar o incêncido com o uso de um extintor, mas foi contido por membros da equipe de segurança. Claramente abalado pelas lembranças do Bahrein, o piloto precisou abandonar a corrida devido as condições do carro.
Apesar da conturbada trajetória na F1 e seu desfecho trágico, Romain Grosjean buscou novos ares e se estabeleceu rapidamente e muito bem em uma categoria renomada e bastante competitiva, mostrando que há um mundo repleto de desafios fora da Fórmula 1.
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