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Foto do escritorBeatriz Barbosa

Daiane dos Santos: A ginasta que encantou o mundo com brasileirinho

“O esporte é para quem ama, para quem que praticar, independente da região que nasceu, da cor da pele, da renda”


Reprodução
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Daiane Garcia dos Santos, ou simplesmente Daiane Dos Santos foi a primeira brasileira campeã mundial de ginástica artística. Nascida em Porto Alegre no dia 10 de fevereiro de 1983, Daiane conquistou nove medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo. A história de Daiane com a ginástica começou quando a gaúcha tinha 11 anos e brincava em uma pracinha de Porto Alegre e foi aconselhada a iniciar a prática da modalidade. A atleta iniciou sua trajetória de forma tardia, mas isso não foi um empecilho para que a ginasta alcançasse o mais alto nível no cenário mundial.


Aos 12 anos Daiane já era uma atleta de alto rendimento e tornou-se membro da equipe da seleção brasileira aos treze anos, seis anos mais tarde seria a primeira brasileira a subir no ponto mais alto do pódio. Em 1999, no Pan-Americano de Winnipeg, Canadá, Daiane conquistou duas medalhas: prata no salto sobre cavalos e bronze por equipes, isso com apenas 16 anos. A primeira participação de Daiane em um Mundial foi em 2001, na Bélgica, onde terminou a competição em quinto lugar na prova de solo. Em 2003, nos jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, a atleta faturou o bronze na disputa por equipes.


2003 foi o ano em que Daiane encantou o mundo. Após realizar uma cirurgia no joelho, Daiane dos Santos foi para a Califórnia disputar o mundial, chegou na final do solo e se apresentou ao som de “Brasileirinho”- música que eternizou o nome de Daiane na modalidade- e realizou pela primeira vez o duplo twist carpado, movimento que posteriormente recebeu o nome de “Dos Santos” em sua homenagem. A apresentação de Daiane foi impecável, o que rendeu uma nota 9.737, levando Daiane a conquista de sua primeira medalha de ouro.


Apesar de todo o sucesso em mundiais, Daiane não conseguiu repetir o êxito nos jogos Olímpicos, dos quais participou três vezes: a primeira delas em Atenas 2004, onde conseguiu sua melhor colocação com o quinto lugar na disputa de solo. A segunda participação foi em Pequim 2008, onde ficou na sexta colocação. A última olimpíada disputada pela ginasta foi Londres 2012, onde terminou na décima terceira colocação e não passou nem da primeira fase, logo após os jogos olímpicos Daiane anunciou sua aposentadoria.


A trajetória de Daiane foi grandiosa e abriu as portas para novos talentos brasileiros na modalidade, certamente Daiane inspirou uma geração de atletas e seus feitos continuarão a inspirar muita gente, mas nem sempre a atleta foi respeitada, tanto na modalidade como fora dela, logo no início de sua carreira, quando treinava em um clube alemão no Rio Grande do Sul, precisou lidar com o racismo. “Negro ainda sofre preconceito. A gente aprende isso muito novinho, na escola, em alguns locais onde a gente não se sente querido”, declarou Daiane em entrevista ao site TOPVIEW.


Em 2016, Daiane inaugurou o projeto “Brasileirinhos” que possibilita o contato de crianças de baixa renda com a modalidade, o polo oficial fica na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Apesar de seus 1,44 de altura, Daiane dos Santos demonstrou sua grandeza de outra forma, dentro do tablado da ginástica, a gaúcha se tornou uma das maiores atletas do mundo, criando movimentos e encantando a todos com seu solo de brasileirinho, sua marca registrada.


Hoje, Daiane possibilita que outras crianças sonhem com o lugar mais alto do pódio, assim como ela conseguiu conquistar um dia. A trajetória de Daiane não foi algo planejado desde sua infância, mas ainda bem que em um dia qualquer, uma pessoa aleatória aconselhou Daiane a entrar na modalidade naquela pracinha em Porto Alegre, a ginástica e os fãs agradecem!

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