Domingos Antônio da Guia, conhecido apenas por Domingos da Guia, foi um dos maiores zagueiros do século passado. Nascido em 19 de novembro de 1912, na cidade de Bangu, no Rio de Janeiro, o jovem de 17 anos, 1,86 metros de altura, começou sua carreira no time do Bangu. Domingos da Guia é considerado até hoje um dos maiores jogadores do clube, em 1949, no hino composto Lamartine Babo, Domingos tem seu nome citado: “O Bangu tem também a sua história, a sua glória, enchendo seus fãs de alegria! De lá, para cá, surgiu Domingos da Guia”.
Seu início no Bangu aconteceu em 1929 e durou até 1932, quando se transferiu para o Vasco, aceitando a proposta de receber 5 contos de réis a títulos de luvas e 500 mil réis mensais, algo inimaginável para um jogador de futebol na época em que o futebol ainda era amador no país. Sua primeira passagem pelo Vasco foi curta, em 1933 transferiu-se para o Nacional do Uruguai, onde foi campeão nacional e recebeu o apelido que o acompanhou pelo resto de sua carreira: El divino mestre. Em 1934, retornou ao Vasco, onde conquistou o título estadual. Em 1935, assinou com o Boca Juniors e sagrou-se campeão argentino, ganhando três títulos consecutivos por três clubes diferentes.
Após sua passagem pelo Boca, retornou ao Rio de Janeiro, dessa vez para defender o Flamengo, onde conquistou três títulos consecutivos do Campeonato Carioca (1939, 1942 e 1943). Em 1945, aventurou-se em São Paulo, vestindo a camisa do Corinthians, mesmo chegando ao clube com 32 anos, Domingos da Guia realizou 112 jogos com a camisa alvinegra e é considerado por muitos o maior zagueiro de todos os tempos, a transferência de Domingos da Guia do Flamengo para o Corinthians custou 300 contos de réis e foi a maior transação da época, um fato que marcante que veio a revolucionar o futebol paulista. Domingos da Guia foi um zagueiro extremamente habilidoso, nunca dava bicões na bola e sempre saia jogando com grande capacidade. O Divino Mestre defendeu o Corinthians por quatro anos, foi capitão da equipe, mas não conseguiu ganhar nenhum título de grande expressão, pelo time alvinegro conquistou apenas a Taça Cidade de São Paulo de 1947.
Pela seleção brasileira, disputou a Copa do Mundo de 1938, realizada na França e ficou marcado pelo pênalti que cometeu em cima do italiano Piola, na semifinal, onde chutou o adversário fora do lance, mas isso não foi empecilho para Domingos da Guia, que foi eleito o melhor da posição no torneio. Seu filho, Ademir da Guia, tornou-se um dos maiores ídolos do Palmeiras e herdou o apelido do pai. Domingos da Guia encerrou sua carreira no Bangu, em 1949. No dia 18 de maio de 2000, Domingos da Guia faleceu, com 87 anos.
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