Se nós fizermos uma pesquisa com todos os grandes narradores, repórteres, colunistas ou qualquer profissional da área de comunicação, certamente dez em dez conhecem ou possuem Osmar Santos como referência no trabalho. É inevitável lembrar de sua voz, de sua criatividade e a capacidade de inovação que tinha o grande radialista. Um gol narrado por ele, não era apenas um feito, mas uma forma artística de transmitir a alegria de jogadores e torcedores presentes no estádio, para o telespectador faminto por conteúdo emocional.
Mas a rádio não foi a única plataforma que Osmar mostrou ao Brasil como ser arte. Também trabalhou na televisão, sendo locutor pela Rede Globo, Rede Record e Rede Manchete. Ele narrou a Copa do Mundo de 1986 e ao lado dele, ninguém menos que Galvão Bueno o acompanhava como segundo locutor. Se hoje, o Brasil é transmitido por Galvão, na época de Osmar a nossa seleção brasileira foi muito bem representada pelo Pai da Matéria. Ele sabia como ser inovador, como surpreender, e como sabia. Em determinados momentos, a câmera virava para ele, pra que pudesse se comunicar com o telespectador e quebrar a parede televisiva, honrando o seu dever, honrando a comunicação.
Osmar era recheado de bordões, que em meio a sua transmissão fazia com que todos se divertissem. Entre tantos, no momento do jogador definir o lance com o gol, ele gritava: ''ripa na chulipa e pimba na gorduchinha'' , ''tiro-lirolá tiro-lirolí'' e por fim o grito marcante, simbólico, histórico ''eeeeeee queeeeeeee goooooooooooool''. Osmar era um bordão próprio e único, pois ele se auto cravou na história com seu próprio método, sua própria arte. Seu próprio amor.
Em 1994, o maior bordão da comunicação, sofreu um acidente de carro enquanto dirigia rumo á cidade de Lins, causando sérias sequelas devido aos danos no cérebro. Mesmo se recuperando bem, o acidente lhe rendeu consequências quanto á sua voz, limitando o locutor a pronunciar poucas palavras, impedindo assim, de continuar a trabalhar com o que mais ama.
Porém, Osmar amava, e como sempre, transmitia arte através da voz. Com amor, iniciou aulas de pintura no ateliê de Rubens Matuck, um escritor, desenhista e professor de arte que abriu as portas para o amante da arte comunicativa. O Pai da Matéria iniciou um novo amor, e até hoje dedica-se á arte literal, pintando quadros, desenhando, criando, amando.
A maior arte de Osmar Santos é o seu legado que foi deixado para todos os iniciantes e veteranos, comunicadores, locutores, artistas. Seu amor é digno de um Troféu Osmar Santos, digno de uma Equipe Osmar Santos. Osmar Aparecido Santos é uma honraria para o jornalismo, não á toa, é a maior figura paterna para a comunicação no Brasil. Em poucas palavras, o Pai da Matéria.
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