A Alemanha sempre foi reconhecida pelo investimento em suas categorias de base, e agora aposta suas fichas em um audacioso projeto que visa revolucionar o mundo do esporte!
Em junho de 2018 a DFB (Federação Alemã de Futebol), deu inicio a um audacioso projeto que promete ser, por muito tempo, o ápice da tecnologia e ciência no futebol. Com um investimento de mais de 110 milhões de euros (cerca de 450 milhões de reais), a academia DFB, nova sede e centro de treinamentos da Federação em Frankfurt, vem sendo chamada de “Vale do Silício do Futebol”.
A estrutura será erguida em parceria com uma empresa de software que irá patrocinar o projeto. A construção trata-se de um complexo tecnológico e esportivo de mais de 54 mil metros quadrados, compostos por campos, academias, e ainda conta com laboratórios e salas de aula. A Academia será levantada em um antigo hipódromo da cidade de Frankfurt, em contrapartida da construção do complexo, nove hectares de floresta nativa serão mantidos e um parque público será construído, como parte do projeto.
O principal conceito da Academia DFB é o “Big Date”, termo da informática que se refere ao armazenamento e manipulação de conjuntos de dados. “A academia estará em rede... O projeto reúne especialistas de diferentes áreas, como psicologia, medicina, esporte e comunicação, para trabalhar estratégias de otimização e desempenho.” – informa a federação.
O objetivo dos alemães é ser o líder em análise digital esportiva, principio considerado o novo estagio que uma comissão técnica terá que enfrentar. Para a DFB, dados como posse de bola e distâncias percorridas pelos atletas são informações ultrapassadas. “O que se quer saber é a eficiência de um atleta e não quanto tempo ele fica com a bola no pé” – disse um representante da DFB.
Todo esse investimento preocupa as demais federações europeias, que temem o salto que a Alemanha dará com um centro de treinamento tão rico em tecnologia. Para especialistas da UEFA, esse é um salto tão importante para o futebol como a contratação de preparadores físicos profissionais, na década de 50.
Um dos objetivos da Academia com todos os recursos tecnológicos e o trabalho integrado é tentar resolver qualquer adversidade dentro de campo. Por exemplo, um jogador com baixo rendimento em finalizações, poderá ter TODOS os seus chutes a gol monitorados por um sistema que disponibilizará relatórios com informações como: Força do chute, curvatura da trajetória da bola e até a posição do pé do jogador no momento do chute. Com esses dados nas mãos dos técnicos, a execução vai para dentro das quatro linhas e para a federação, com o passar do tempo, o caminho para as melhorias se torna natural.
“A estrutura está sendo pensada para garantir que nossos melhores jogadores e nossas melhores mentes encontrem as melhores condições para trabalho... O resultado será o destaque no futuro, e muitos títulos para a Alemanha. Isso também vai impulsionar o futuro, já que, quando um time joga com sucesso, as crianças e jovens passam a se espelhar em seus ídolos.”, diz o presidente da federação alemã, Reinhard Grindel.
O treinador da seleção principal da Alemanha, Joachim Löw, está acompanhando de perto o desenvolvimento do projeto da Academia DFB. Em carta aos moradores de Frankfurt, o técnico escreveu: “A academia será onde desenvolveremos jovens atletas e ideias para nosso futebol. O design, seus campos e áreas verdes dão uma ideia do pode acontecer lá.”
A federação visa inaugurar o projeto em 2020, e busca chamar a atenção de empresas de tecnologia ao redor do mundo. No inicio de março, o ex- jogador e diretor de projetos da DFB, Oliver Bierhoff, viajou até a Califórnia visitando empresas do ramo de tecnologia. “O intercambio é fundamental para que possamos manter as parcerias existentes e, ao mesmo tempo, obter novos insights. Digitalização, inovação e pesquisa estão se tornando cada vez mais importantes no esporte de primeira classe, e é isso que queremos” - Afirmou Bierhoff.
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